sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Nos bastidores do SPFW




Eu tive nesta semana a oportunidade de participar, pela segunda vez, do SPFW. Fui responsável pela coordenação da divulgação de uma marca que patrocina o evento, contratada como terceirizada para a ação.
Um pouco mais “escolada” no evento, já que não era mais a primeira vez que estava participando, pude resolver uns probleminhas com mais facilidade. Infelizmente, eles não deixaram de ocorrer, claro. Algumas vezes, deixamos escapar um ou outro detalhe – e posso dizer que SPFW é repleto de detalhes – mas demos o sangue, suamos a camisa, e o evento chega ao fim com, pelo menos a meu ver, um saldo positivo para a empresa que divulgamos. Quatro notas em colunas sociais e diversos links, além de centenas de visitas ao lounge, dezenas de entrevistas e mais de uma centena de convidados em um encontro que realizamos com a imprensa durante o evento, creio que podemos considerar que o balanço foi muito bom!
Se o mundo da moda é fascinante, pela criatividade dos desfiles, das roupas, da mente iluminada dos estilistas, o SPFW é fascinante pelo capital humano que movimenta. Para o evento funcionar, tem milhares de pessoas envolvidas, desde produção, passando por seguranças, assessorias mil, jornalistas, carregadores, maquiadores, iluminadores, faxineiros, massagistas... E sei lá quantos profissionais envolvidos, cada um fazendo a sua parte da melhor forma possível. Pelo menos a maioria deles tentando dar o seu melhor. Tem sempre aqueles que não querem nada com nada. Mas creio que são poucos.
Para mim, posso dizer que tiro de lição do SPFW esse profissionalismo e muita garra de muitos dos colaboradores envolvidos. A assessoria do evento – PR Com – foi de uma simpatia sem fim. Todos solícitos, ninguém de cara amarrada, uns no credenciamento, outros alimentando o site do evento, o twitter, assessorando os jornalistas, acompanhando nos lounges, enfim... Não vou me esquecer da acolhida que eles deram à imprensa e posso dizer, a mim, que me senti queridíssima por eles. Obrigada Luciana, Jacimar, Thiago ... Quando se está cansado, na batalha, uma atenção, um carinho, sempre faz bem.
Também tive a gloriosa oportunidade de acompanhar backstages e, antes deles, o ensaio da beleza de alguns desfiles. Para quem não sabe, é o momento de criar a maquiagem que vai acompanhar as peças. Tudo tem um porquê, uma história. Moda é cultura. Acompanhei a criação das belezas dos desfiles de Osklen, Simone Nunes, Fabia Bercsek, Lino Villaventura e Ronaldo Fraga, assinadas pelo maquiador da Natura, Marcos Costa. Momentos curiosos, divertidos, descontraídos, inesquecíveis. O modo simpático e carinhoso com que fui recebida desmistificou para mim o aparente esnobismo do mundo da moda. Destaco, principalmente, o jeito doce e encantador do mineiro Ronaldo Fraga. Pedi aos anjos que tivesse a oportunidade de assistir ao seu desfile. Ronaldo, além de um gênio, é uma pessoa iluminada e eu queria ver o desfile que contava a história do tempo e com ele, o medo, as incertezas, o abandono, as tristezas... Sentimentos que todos nós – uns mais outros menos – cultivamos.
Os anjos ouviram minhas preces e nos quarenta e cinco do segundo tempo, consegui o convite. Foi incrível. Entrei, sentei. Chorei. Chorei ao ver as senhoras e senhores desfilando para contar a história de “Tudo é risco de giz”. Chorei com a música do Michael Jackson que o Ronaldo quis colocar no meio do desfile. Chorei ao ver as crianças correndo entre os idosos mostrando que o tempo é inexorável, mas que sempre há beleza em tudo, desde que façamos o que temos que fazer com o coração.
Atendi jornalistas, escrevi textos, selecionei fotos, alimentei a imprensa, fiz o meu papel da melhor forma. Porém isso é só uma parte. O sorriso que recebia de volta a cada atendimento bem feito, a cada atenção que dispensava a alguém, seja por conta do “brinde”, seja para receber o release, seja os jornalistas internacionais que ficavam felicíssimos com alguém que arranhava pelo menos o inglês.
Fiquei emocionada ao ver a equipe dando o melhor de si também. Equipe querida, unida, espetacular. Agradecimento especial à Priscila, por seu profissionalismo e companheirismo.
Creio que o melhor do SPFW está nos bastidores. Até chegar aos desfiles, muito é feito. E durante e após eles, também. Durante seis dias, acabamos formando uma família com quem trabalha conosco. Também agradeço pela convivência com a equipe do lounge e os queridos fotógrafos e fotógrafas e as preciosas assistentes. Sem a dedicação de cada um o trabalho não seria possível.
É mágico ver como cada um faz parte de uma corrente. Corrente do bem. Do aprendizado. Da certeza de que sim, somos humanos, sujeitos a erros, mas que podemos aprender e evoluir. Da certeza que somos humanos e que o nosso maior aprendizado deve ser sempre, em todo e qualquer tempo, o amor ao próximo.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Retrospectiva 2008: o ano que passou sob a ótica dos meios de comunicação



Chega o final do ano e já sabemos o que nos reserva: especiais, programas confeccionados sob medida para nos entreter nos últimos dias do ano, repensar valores e também darmos uma passada em tudo o que aconteceu no Brasil e no mundo.
Estava pensando em como os especiais deste final de ano não me emocionaram. Será que fiquei insensível? Pelo contrário. Noviças, bichos de pelúcia e histórias de Papai Noel não têm encantado nem mesmo às crianças, uma vez que tais especiais convivem e competem em uma disputa já vencida com os telejornais.
O brilho do Natal e de uma renovação com o ano que chega são substituídos por trágicas notícias de violência, assaltos, homem que se veste de Papai Noel e coloca fogo em uma casa na noite de natal, bebida, bebida, mais bebida e acidentes, além das cansativas reportagens sobre a procura do presente ou dos ingredientes para a ceia.
Parece que o final do ano chega para que as pessoas morram nas estradas, indo buscar uma alegria que não encontraram durante o ano todo. Famílias se despedaçam, enchentes arrastam pessoas de todas as idades e seus pertences, a água inunda e não lava a alma, mas afoga a esperança de quem ainda tinha alguma.
Será que este é o final de ano que desejamos? Será que os meios de comunicação relatam apenas a triste realidade que nos cerca?
Prefiro crer que os meios relatam uma parte da realidade. Os acidentes existem, é preciso mostrá-los para que se ganhe – será?! - um pouco mais de consciência. Ou um pouco mais de generosidade.
Mas será que só de mortes e tragédias sobrevive o final do ano? Não sei, pois não tenho a aparente onipresença dos meios de comunicação. Pouco sei das ações solidárias deste final de ano.
Fiquei emocionada com os voluntários que atenderam aos pedidos transcritos em cartinha para o doce Papai Noel das crianças carentes. Mas foi só. Não vi se pessoas carentes tiveram um Bom Natal. Não sei se voluntários foram doar um pouco de amor a elas.
Não sei se algum crime foi evitado graças a ação eficiente de um policial. Ou se alguém deu parte da sua ceia para algum funcionário, um porteiro, um vigilante que iria passar a noite sozinho. Não sei um acidente aconteceu e vítimas foram socorridas por pessoas generosas. Não sei se obras de arte foram elaboradas para homenagear o menino Jesus. Não sei se a renovação do Natal aconteceu e as pessoas se tornaram mais generosas, menos violentas, mas conscientes de que não estão sozinhas no mundo e que somos todos irmãos.
Não vi manifestações de solidariedade nas igrejas ou apenas os rituais tradicionais para que as pessoas cumpram com o protocolo. Não vi se a ONU foi levar alimento para pessoas da África e de outros países renegados à dor do abandono e da miséria. Não vi regeneração. Será que ela aconteceu?
Espero que ela tenha acontecido. Espero que, mesmo não tendo sido flagrada pelas tristes e viciadas lentes dos meios de comunicação, a regeneração tenha feito morada em alguns lares e em vários corações. Espero ainda que ela seja tão forte, intensa e iluminada que afaste de vez as trevas que invadem nossos lares pelos jornais, telejornais e programas de rádio diariamente. Que 2009 seja regenerador para quem capta e dissemina a notícia. E que nem tudo seja dor.