segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tempo de crise





Diariamente somos bombardeados com notícias sobre a crise. Demissões em massa, a tentativa de Barack Obama de injetar dinheiro na economia norte-americana e ver suas diretrizes sendo aprovadas pelo Senado, os gritos de Lula dizendo que "os culpados" pela crise têm que assumir sua responsabilidade e que os bancos, indústrias, empresas brasileiras não devem entrar "nessa onda".

Mas fico me questionando: será que crise econômica mundial é como uma gripe? A gente amanhece indisposto, começa a espirrar e dependendo da intensidade, fica de cama, ou segue adiante, trabalhando, enganando o organismo com uns comprimidinhos.

Acredito que a crise é muito mais complexa e muito menos inesperada do que uma gripe. Aliás, até uma gripe se anuncia, será que a crise não?

Evidentemente que sim. Porém, os sinais são camuflados, os dirigentes fingem que não é com eles, os grandes empreendedores não aprendem as lições históricas - pois foram muitas as crises que ocorreram nas últimas décadas e que podem servir sim, de vigorosa lição - e eis o resultado. Estagnação. Recessão. Desemprego. Crise.

Na última Expo Money realizada em São Paulo em setembro do ano passado, um dos palestrantes mostrava todas as capas da revista Veja dos últimos anos que abordavam a Bolsa de Valores. Gráficos em alta, euforia. Gráficos em queda, desespero. Parecia até "combinado". Uma capa praticamente intercalava a outra de tempos em tempos. Mais uma prova contundente que a crise se anuncia, vem em ciclos, pode ser prevista e prevenida. E todos têm que assumir sua parcela de responsabilidade sobre esse organismo vivo que é a economia mundial e todas as decorrências dos maus tratos sofridos por ele.

Porém, enquanto os governantes não definem qual o melhor remédio para a crise, os melhores astrólogos não conseguem traçar o mapa astral que definirá a data aproximada do seu término, o que nós, pobres mortais, devemos fazer?

Pouco sabemos. Creio que o melhor caminho é acompanhar o noticiário, não fazer investimentos arriscados, poupar e cuidar do próprio trabalho. Se puder, estudar e pensar em um plano B para a própria vida, isto é, avaliar uma outra fonte de renda, um complemento, e quem sabe avaliar a possibilidade deste "respaldo" se tornar o negócio principal.

Pessimista? Não, realista. Todos os indícios estão aí. Basta escolher o remédio que vamos querer tomar. Antes prevenir, do que remediar, é o que a história nos diz.