quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Líder e o Reconhecimento – Ego ou Conquista?

Eis que Para falar de comunicação ressurge. O tema de hoje é líder e o reconhecimento: ego ou conquista? Conflitos de um líder... e o problema do ego.


A primeira edição da revista Você S/A de 2009 trazia na capa o seguinte tema: Sua carreira em 2009. O guia completo para você traçar um plano de ação e brilhar neste ano se o seu alvo é: desafio, qualidade de vida, remuneração, estabilidade, desenvolvimento, ética e missão.
A reportagem traz histórias de profissionais cujos objetivos em relação à carreira poderiam ser classificados de acordo com as categorias acima.
Seja em qualquer nível hierárquico que o profissional se encontrar, certamente ele deverá se fazer a pergunta: “qual é o meu alvo na carreira?”. Provavelmente esse alvo deve mudar de acordo com as circunstâncias. Por exemplo: uma pessoa que hoje deseja mais qualidade de vida, pode, no futuro, abrir mão desta para ganhar mais dinheiro e cumprir com o pagamento de alguma dívida imediata.
Mas o que a reportagem nos faz questionar é o objetivo para a carreira. Para o longo prazo. Para a própria vida.
Levando este pensamento à trajetória de um profissional que atingiu um cargo de liderança, podemos inferir que algum desses objetivos também o norteou. Pode ser que o líder tenha sido o profissional que mais primou por desafios. Que aceitou todas as propostas desafiadoras e foi adiante.
O que leva uma pessoa a assumir um desafio? O reconhecimento da sua chefia e a conseqüente promoção ou o aumento de salário? A conquista do respeito e admiração de seus subordinados. A conquista pessoal de vencer uma dificuldade, superar a si próprio? Ou a satisfação do próprio ego?


Ego e conquista certamente caminham lado a lado. A satisfação pessoal e a autoconfiança nada mais são do que olhar para si próprio e ver o que te deixará feliz. A palavra ego só se tornará negativa quando o coletivo, a equipe, a própria empresa ficarem em segundo plano ou forem prejudicados em virtude de uma pessoa. É quando o líder deixou de ser líder, pois foi dominado por sua vaidade pessoal.
Nesses casos é muito comum o erro acontecer. Segundo a edição de junho de 2009 da revista Você S/A, erro grave é o que atenta contra a ética ou afeta gravemente o desempenho financeiro da companhia. A matéria aponta a solução neste caso: a porta de saída.
Um exemplo de líder que fracassou – e podemos especular que talvez tenha sido por excesso de ego – foi Marco Antonio Bologna que liderou a TAM e foi demitido da companhia após seu mau desempenho no acidente que ceifou 199 vidas em 2007 (conforme descrito no trabalho anterior da equipe Máquina do Mal). Bologna se esqueceu do lado humano, não primou pela comunicação num momento em que a informação valia ouro para a família das vítimas, demorou a se pronunciar, falou sem conhecimento de causa sendo desmentido após cada investigação.
Teria sido seu ego demasiado que o levou a não pensar nas famílias das vítimas, a não admitir o erro da companhia ou ainda a demorar tanto para se pronunciar?
O reconhecimento de um líder é um caminho natural. Trabalho bem feito, comunicação cristalina, rápida e eficiente, pensamento na equipe e no sucesso dos negócios da empresa. O foco não está nele próprio, mas os holofotes – leia-se “reconhecimento” – certamente apontarão para ele. Naturalmente.

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